Dispensando apresentações,
Pedro Lourenço desfilou no começo deste mês sua coleção de
verão 2011. Ele, que assinou sua primeira coleção aos
12 anos em 2003, para
Carlota Joakina (umas das marcas de sua mãe,
Glória Coelho) se inspirou em
Josephine Bonaparte (mulher de Napoleão Bonaparte) e no
baseball. Trabalha com o couro, assim como na sua coleção anterior.
Quando vi a foto do primeiro look do desfile, pensei:
WTF? Eu não sabia onde o couro se encaixava e conseguia a estruturação sem cair. Mas, logo desvendei toda aquela arquitetura fashion.
O estilista brinca com o peso do couro e a leveza do tule. Em uma camada fina e transparente, tule assume o papel de "
macho alfa" e faz o que seria impossível: Segura firmemente o couro, que toma para si o papel de
"donzela maior". Uma coisa bem espacial.
Pedro, que se formou na conceituada escola inglesa
Central Saint Martins (que também formou
McQueen e
Galliano) traz uma cartela de cores enxuta. Preto, amarelo, azul, verde, tons de nude, coral. E confirma em vários looks uma das cores desejo do verão 2011: o
BRANCO. Ele vem em quase todas as peças, sempre de uma forma sútil.
Roupas pouco usáveis, puro conceito. Estruturas, transparências, maximalismo, leveza
feat. estruturação, ,comprimentos longos, ar esportista. A coleção resume-se bem em uma frase que Pedro citou em entrevista ao Descolex, em meados de 2008:
"
Eu crio roupas para me exprssar. Visto mulheres que seduzem pelo intelecto e pela mente. Já as que seduzem pelo físico, não me interessam."
Lá fora ele é comparado a grife (chiquérrima, linda, super) Balenciaga. Sobre sua coleção de inverno passada, o famoso
Style.com pronunciou: "
Eis um (estilista) que fez a moda de Paris sentar em suas cadeirinhas douradas (...) Lourenço está trabalhando com a completa convicção da juventude, nas rígidas e geométricas formas que estão virando notícia." Apesar dos 20 anos, já recebeu convites para trabalhar com muitas referências. Uma delas, Donatella Versace.
Desfrute dessa arquitetura:(
O próprio)
Uma das apostas da moda brasileira lá fora. E divulgador dela.
Sem dúvida. Sem mais a acresecentar.